HomeSUSTENTABILIDADEEfeito estufa: a humanidade vive um dilema real

Efeito estufa: a humanidade vive um dilema real

Por Gilberto Natalini

A humanidade vive hoje um dilema real. Talvez o pior de toda sua existência. Na busca da produção de bens de consumo e sobrevivência, o homem descobriu o motor à explosão e o combustível fóssil. 

O uso continuado e cada vez mais intenso do petróleo produziu a emissão dos chamados gases de efeito estufa, que também são produzidos pelo avanço dos desmatamentos e queimadas de florestas. 

Esse efeito estufa teve como consequência o aquecimento global, com o aumento da média de temperatura do planeta nos últimos 150 anos.

A consequência disso foi a mudança no comportamento do clima, que começou de leve, partiu para as emergências climáticas, e agora estamos caminhando, como diz o Secretário Geral da ONU, para a catástrofe climática.

Isso traz impactos pelos fenômenos extremos, como chuvas violentas, secas prolongadas, ondas de calor ou de frio intenso, ciclones frequentes, ataque à biodiversidade terrestre e marinha, queimadas extensas, entre outros.

Os prejuízos na vida, na economia, no ecossistema são devastadores. Como sabemos, a maioria das pessoas do mundo moram nas cidades. Portanto, as cidades são um elo frágil e vulnerável aos fenômenos climáticos extremos. Os estragos por aqui são enormes.

Temos presenciado sequelas graves dos fenômenos climáticos extremos em cidades de todas as partes do planeta. A cidade de São Paulo, preocupada em proteger-se, discute isso há 20 anos, através da Câmara Municipal dos Vereadores, através da Conferência de Mudanças Climáticas, que já está em sua 23ª edição, e da Comissão de Estudos do Aquecimento Global, 

ambos propostos e presididos por mim, e que resultaram num conjunto de leis para preparar São Paulo. O Poder Executivo, também mandou para a Câmara, e foi aprovada, a primeira Lei Municipal das Mudanças Climáticas da cidade de São Paulo.

A partir daí a Prefeitura passou a criar uma série de medidas de mitigação e adaptação do espaço urbano.

Há 3 anos foi publicado o Plano de Ações Climáticas (PlanClima) com 43 metas e 54 ações para 2025, 2030 e 2050, buscando a emissão zero de carbono e adaptando a cidade para suportar as ações danosas das mudanças climáticas. Também criou a Secretaria Executiva de Mudanças Climáticas (SECLIMA), responsável por coordenar as políticas climáticas do município. 

As medidas vêm sendo tomadas. Os primeiros 50 ônibus elétricos chegaram. Os próximos 50 estão chegando. Até o final do ano serão 600, e até o final de 2024 serão 2.600. E daí vai prosseguir. Mais 10 parques serão entregues até 2024.

Caminhamos também para comprar energia renovável (fotovoltaica e eólica) no mercado livre, que além de ser limpa, custa até 40% mais barato.

A Prefeitura iniciou as tratativas para implantar plantas fotovoltaicas nos aterros de lixo da cidade, para produção da energia limpa. A nova concessão do lixo será mais voltada à destinação sustentável dos resíduos.

São Paulo chega hoje à marca de cerca de 2000 hortas urbanas com tendência de crescimento. A Educação Ambiental tem novo plano aprovado e está em implantação.

São muitas as ações em andamento que essas páginas não comportam. Temos pressa e trabalhamos para dentro e para fora da Prefeitura, no sentido de criar o movimento intersetorial “São Paulo Pelo Clima”. Já fizemos e vamos fazer muitos encontros e reuniões com gestores públicos e lideranças sociais, construindo uma consciência climática para a ação na cidade.

Todos nós, poder público, empresários e sociedade civil temos obrigações e deveres diante desse grande desafio ecológico, econômico e social, enfrentado por nós.

Só assim teremos chance de responder ao nervosismo do clima.

Gilberto Natalini é Secretário Executivo de Mudanças Climáticas da Prefeitura de São Paulo.

 

* As opiniões expressas neste artigo são de responsabilidade exclusiva do autor, não refletindo necessariamente a opinião institucional da ADVB. Para publicar um artigo ou matéria neste Portal ADVB, envie para redacao@advb.org para aprovação da publicação.

DEIXE SEU COMENTÁRIO

Please enter your comment!
Please enter your name here

RELATED ARTICLES