Nesse período, não faltaram empenho nem disposição para, acima de tudo, preservar a vida. Pouco a pouco, desenharam-se os protocolos e as recomendações para essa difícil travessia, entre o velho e o ainda muito incipiente novo normal.
A sociedade como um todo e os nossos associados, em especial, fizemos e estamos fazendo o que é possível, na esperança de aprender com a crise. E, também, construir amanhãs menos vulneráveis e mais propícios ao desenvolvimento efetivamente sustentável.
Hoje, toda nossa atenção se volta para a retomada das atividades não essenciais – escritórios, bares, restaurantes, shopping centers, eventos e comércio em geral. Naturalmente, tudo dentro dos normas e protocolos homologados pelo Centro da Covid-19 paulista, no âmbito estadual, denominado Plano São Paulo. Esse será, de fato, um teste decisivo, para se compatibilizar segurança sanitária com a recuperação da economia.
Ocorre-me compartilhar com os leitores da ADVB News um sentimento que perpassa toda a crise, desde o início. Faltou (e falta) ao Brasil uma liderança altiva e serena, capaz de unir toda a sociedade em torno do propósito único de combater, com inteligência e coragem, o inimigo comum – a Covid-19 e seus efeitos. Em vez disso, sobraram ações e atitudes divisionistas, que só contribuíram para confundir e piorar ainda mais as coisas.
Lembrei-me do papel histórico de Sir Winston Churchill, 1º ministro inglês, na superação dos horrores produzidos pela Segunda Guerra Mundial. Churchill encarnou o estadista, a voz que acalentou o seu povo e conduziu a nação na retomada do próprio destino. Cabe salientar que, naquela época, a comunicação e o grau de informação eram muito precários, agravados pela guerra, o que destacava ainda mais as manifestação do notório líder inglês. Hoje, todo cidadão tem meios de se manter informado com abundância de conteúdos e muita rapidez.
A propósito, nessa edição da ADVB News publicamos mais um conteúdo que preparamos para o leitor, intitulado “ADVB/FIPE compara trimestres e mede estrago”, traduz em números as discrepâncias, em termos de confiança e expectativa, de um trimestre para outro. O leitor pode acessar a íntegra da sondagem, feita a cada três meses, desde 2018, que constitui um rico registro histórico, finalizando com o impacto da Covid-19 na vida das pessoas e das empresas.
Outra contribuição para orientar o leitor, matéria sob o título “USP protagoniza enfrentamento da Covid-19” mostra pesquisa realizada pelo Laboratório de Saúde Mental e Psicologia Clínica da instituição. Sondagem mede e qualifica o impacto da Covid-19 para adolescentes, homens mulheres, em âmbito nacional. Mister acrescentar que a USP, por meio do Grupo Apoiar, coordenado pela Professora Doutora Leila Tardivo, oferece um pronto-socorro de atendimento psicológico, de modo a mitigar os efeitos da depressão e do medo.
Por fim, objetivando oferecer modesta contribuição a esse período de retomada, a matéria “Covid-19: como preservar a saúde de pessoas físicas e jurídicas?” focaliza o tema e apresenta alternativas no mercado para empresas e instituições adquirirem lotes de testes rápidos e terem mais clareza sobre a saúde dos colaboradores.
Ao completar minha análise, reitero que as informações disponíveis a qualquer cidadão minimamente conectado, permitem que cada um de nós tenhamos essa espécie de voz da consciência. No entanto, alerto que é preciso tomar muito cuidado com as notícias falsas, precipitadas e, muitas vezes, mal intencionadas.
A vulnerabilidade acaba levando as pessoas a acreditarem, por exemplo, que há um remédio mágico, ou mesmo que a pandemia não é tão grave assim. Os números são reais e não deixam dúvida. O país se aproxima de 70 mil mortes causadas pelo coronavírus e, por enquanto, não há vacina ou medicamentos que, comprovadamente, enfrentem a Covid-19 em definitivo.
Pondero, ao concluir esta reflexão, que não faz tanta falta assim a presença de um Winston Churchill contemporâneo. Cabe-nos ouvir, com toda atenção, a própria voz da consciência. A voz do bom senso, sobre como agir, encerrar total ou parcialmente o home office, reativar os eventos presenciais ou híbridos, selecionar os ambientes e ter clareza sobre como frequentá-los, com todos os cuidados protocolares, sem os perigos da exposição desavisada.
A todos vocês, o convite para que desfrutem dos conteúdos aqui publicados, sob a coordenação de nosso editor Luiz Henrique Miranda. Leitura para deleitar, mas também para acrescentar referências balizadas sobre esse evento insólito e de gravidade extrema. Bom proveito!
Aristides de La Plata Cury
Presidente da ADVB