por Lívio Giosa
Apesar dos maus presságios, trazidos pela crise, apostar no cliente e no cidadão pode ser a saída para preservar crescimento.
Se depender dos presságios, que estão em toda a parte com uma forte carga negativa, pergunta-se: será o fim do mundo? O fim dos tempos? O fim das empresas? O fim das carreiras dos profissionais? Resposta: Nada disto!
É certo que o macro desenho desta crise é inédito, atingindo as bases econômicas do Brasil e, pela questão política, impactando as instituições e provocando um desalinhamento estrutural em cadeia.
E, então, o que fazer? A primeira coisa é entender que há, sim, uma restrição no desenvolvimento e que os mercados sofrem retrações.
Ao mesmo tempo, perceber que, com a crise, a grande sacada é buscar novas oportunidades que poderão ser incorporadas ao negócio, passando por uma revisão clara das estratégias de marketing das empresas.
E estamos presenciando estas atitudes em muitas organizações.
Por onde começar? Os estrategistas defendem a tese da necessidade de revisar procedimentos e estruturas internas.
Há de se otimizar tudo, utilizar-se dos recursos da melhor maneira possível e reduzir gorduras.
Por outro lado, essa otimização significará considerar, em primeiríssimo lugar, os atuais clientes.
É isto mesmo: manter os clientes, prestigiá-los ao máximo e reconhecer que eles são a essência da manutenção do negócio é a parte principal deste movimento estratégico de marketing.
Além do custo menor para programas de fidelização, provavelmente, as empresas terão menos recursos para investir em novos projetos e plataformas de aliciamento de novos clientes.
Mas o Brasil, pelo consumo interno, tem ainda muito a absorver do mercado.
Mesmo com problemas à vista, o País e as empresas têm muita criatividade e desejo de acertar e atender, em cheio, à expectativas e desejos dos clientes.
E, assim, deixar para trás aqueles maus presságios apostando no risco e no sucesso.
E no setor público, o que fazer?
Também aqui, a queda da arrecadação impactou sobremaneira as receitas da União, Estados e Municípios.
Portanto, não faltam “desculpas” para aproveitar o momento, ter vontade política e discernimento para, com qualidade, fazer revisões nas estruturas organizacionais, realocar pessoal, demitir, se for o caso, eliminar cargos, revisar procedimentos, eliminar desperdícios e contratos, renegociar com fornecedores, aplicar tecnologia para racionalizar e agilizar as entregas à população.
Estes movimentos trarão uma maior oxigenação à administração pública, dando ares inovadores à gestão.
Portanto, é hora de agir, ser pró-ativo e não reclamar.
Chegou o momento dos verdadeiros líderes empresariais e públicos mostrarem sua capacidade e qualificação, transformando a crise em oportunidades de transformações pró-positivas para alcançar, num futuro muito próximo, a retomada do crescimento com eficiência e melhor competitividade.
LÍVIO GIOSA – Presidente Executivo da ADVB – Associação dos Dirigentes de Vendas e Marketing do Brasil; Coordenador Geral do IRES – Instituto ADVB de Responsabilidade Socioambiental e Presidente do CENAM – Centro Nacional de Modernização Empresarial.