por Cristina Calligaris
A liderança atual é formada por pessoas que têm uma rotina profissional estressante e que apresenta esgotamento físico e mental. Em geral a liderança apresenta sintomas da síndrome de Burnout que se agrava, obviamente, em tempos de crise econômica, pela grande quantidade de tarefas, excesso de cobrança, perfeccionismo, foco único no trabalho e sem nenhuma atividade de prazer.
Sim, subir na empresa tem cada dia mais feito mal á saúde e o preço que a liderança tem pago é elevado. Os desgastes são absurdos nos relacionamentos, vida pessoal e família já que a liderança tem demonstrado distúrbios psíquicos com características depressivas resultantes dos desgastes físico (falta de sono, sono de má qualidade e quantidade, almoçar correndo e sem equilíbrio) e mental ( ansiedade, sono inadequado, desequilíbrio hormonal) e tudo isso em decorrência de uma vida profissional, tempos de crise econômica e de altas taxas de desemprego.
Naturalmente, há um aumento do número de casos de pessoas estressadas, atualmente, e a liderança não está isenta, muito pelo contrário, já que cabe a liderança definir os demitidos, dispensá-los, refazer e atingir metas, prestar contas aos superiores ou a si mesmo, quando empresário. Isso vem causando na liderança o que chamo de “efeito mortadela” já que acima dos líderes estão diretores e presidentes e abaixo deles seus liderados e então, a liderança beira a um ataque de nervos.
A liderança é extremamente cobrada e ainda tem que dar conta da sua própria vida, gerenciar rotina estressante, lidar com carga excessiva de trabalho, remuneração inadequada, em alguns casos, falta de reconhecimento, complexidade de tarefas e os clientes que sempre têm razão (será mesmo?) e neste ambiente agressivo profissional estão os empreendedores e profissionais liberais também.
O que fazer então diante de tanto estresse, ansiedade, insônia e irritabilidade que sentimos e que percebemos nas pessoas que tendem a apresentar dificuldades para simplesmente viver? É tempo de rever e reavaliar a vida.
Sabemos que nada mudará se continuarmos a fazer as mesmas coisas do mesmo modo então vale se perguntar: que tipo de esgotamento estou vivendo? Faça um inventário das áreas da sua vida e não deixe a vida te levar. Pode ser que estejamos apresentando sintomas da síndrome do esgotamento todos os dias, e sempre deixando pra depois. Podemos e devemos rever isso imediatamente.
Estamos com a síndrome do esgotamento profissional e pessoal que constitui uma síndrome psicológica que leva a uma tensão emocional crônica com sérios dobramentos orgânicos. Sem falar que além das ocupações do dia a dia, ainda, no caso de estudantes e mulheres, com duplas ou triplas cargas horárias isso só se agrava mais ainda. Sim, tem homens com cargas triplas também!
É preciso priorizar a si mesmo, os relacionamentos, resgatar a bondade, inclusive consigo mesmo, tornar os ambientes profissional e pessoal saudáveis e menos estressantes.
Se você está sentindo ansiedade, dores nas articulações, impaciência, irritabilidade, olhe para a pessoa do carro ao lado no farol como ser humano e depois se olhe no espelho, perceba que você não é uma máquina, nem tampouco a mulher maravilha nem o super-homem, você é gente e deve se amar.
Sim as pessoas ansiosas tendem a apresentar mais dificuldades em situações novas e desafiadoras porque não conseguem se quer avaliar bem o que está acontecendo e estão com tantos problemas, com tantas notícias ruins que não sabem o que fazer, como resolver tamanha aflição. Então sugiro olhar para si com bondade, praticar atividades físicas, parar, respirar, dar uma pausa.
Olhe-se com bondade, perdoe-se, realize as atividades dentro do limite e tenha uma vida normal com hora para dormir, acordar, alimentar-se, hora de ganhar o pão e hora de desfrutar do tempo com pessoas amadas e praticar afetividade. Permita-se! A liderança precisa de auto liderança com auto responsabilidade.
Cristina Calligaris é VP da ADVB Mulher, Master Coach, Administradora de Empresas, pós-graduada em Marketing Estratégico e Mestre em Administração com ênfase em Liderança. cris.calligaris@gmail.com