Esta frase, repetidamente exposta na frente de empresas e negócios, é campeã absoluta entre os profissionais que ganham a vida na faixa, caprichando na caligrafia e no silk screen. O que ela, a frase, vende para você?
Sob nova direção sugere a expertise de quem chega e veladamente questiona a eficiência de quem partiu.
O novo dono entende da coisa mais e melhor do que quem passou o ponto? A operação antiga era bem ou mal avaliada pelos atuais clientes? O antigo dono era mau gestor ou mau operador do negócio? Ele era uma referência para a clientela ou passava batido no dia a dia dos negócios? Essa mudança era uma expectativa dos clientes ou eles se perguntarão: por que mudou?
A lógica, em tese, sugere uma mudança positiva.
O mercado costuma selecionar quem se adapta melhor e mais rapidamente às regras vigentes no momento, mas isso nem sempre é parte e menos ainda a história toda. Há casos em que até mesmo Mr. Darwin ficaria na dúvida!
Sob nova direção tem cara de informação, mas não é. Lembrando o mestre Peter Drucker, informação são dados dotados de relevância e propósito.
A relevância, no caso, é relativa, depende de respostas a perguntas que nem são formuladas na situação; o propósito, apesar de óbvio, contém mais intenção do que atestado de capacitação.
Se o novo dono vai mesmo diferenciar a operação e entregar mais do que era o padrão do negócio, sob nova direção pode ser uma boa notícia, uma boa nova.
Se vai ficar abaixo disso, a faixa vai avivar a saudade do antigo dono e afastar os clientes mais identificados com ele, pelo menos até que venha outra faixa ou volte o gestor antigo para salvar o negócio, como aconteceu com a Apple e Steve Jobs.
No foco da venda, sob nova direção é característica disfarçada de benefício e quando isso acontece a informação fica devendo algo.
Alfredo Duarte, professor da Academia de Vendas ADVB.