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O perigo do crescimento desenfreado da IA

O Professor Marcos Telles fala sobre perigos e vantagens da IA em entrevista exclusiva para Nily Geller, conselheiro da ADVB.

Os humanos criaram uma nova espécie não humana que denominaram de Inteligência Artificial – IA e que alguns acham que dominará o Mundo.

Geoffrey Hinton, Prêmio Nobel de Física de 2024, dá um alerta sobre o perigo do crescimento desenfreado da IA e as consequências em não o controlar devidamente.

Veja no final dessa entrevista seu discurso ao receber o Prêmio Nobel.

Na entrevista com o Professor Marcos Telles procuro esclarecer os principais pontos que passam pela imaginação das pessoas sobre esse tema, que aliás passou a ser recorrente em nosso dia a dia, pois muitas empresas alegam que usam IA em seus produtos e serviços para valorizá-los.

Isso é bom ou ruim para as pessoas?

Vamos a entrevista:

1) Como definir em poucas palavras a IA?

Em 1956, John McCarthy definiu IA como máquinas que desempenham tarefas características da inteligência humana, mas o conceito de inteligência humana mudou e IA passou a ser definida como a aplicação de métodos estatísticos a grandes bancos de dados para identificar correlações e gerar projeções de futuro como reprodução do passado.

Isso significa que a IA vasculha os conhecimentos humanos e com imenso poder de memória e processamento consegue desenvolver respostas sobre o futuro – com base no passado e sujeita a erro – e ainda gerar seu próprio aprendizado.

2) E a Inteligência Humana?

O conceito de inteligência humana mudou ao longo do tempo. O Oxford Languages definiu inteligência como a capacidade de conhecer, compreender e aprender, adaptando-se a novas situações.

No entanto, a grande mudança ocorreu quando Howard Gardner criou a Teoria das Inteligências Múltiplas, que ao longo do tempo foi definida assim:

A inteligência é o conjunto de 9 tipos de processos mentais, a saber:

Linguística, lógico-matemática, espacial, musical, corporal-cinestésica, interpessoal, intrapessoal, naturalista e existencial.

  • Cada ser humano tem um pouco de cada
  • Cada um desses processos pode ser mais desenvolvido numa pessoa do que em outras, fazendo com que ela se destaque em determinadas áreas de atividade.

3) Quais são os estágios de evolução da IA e em qual nos encontramos hoje?

Há duas correntes de pensamento:

  • Cientistas da Computação:
    “Neste momento, as IAs não são mais inteligentes do que nós, mas acho que, em breve, poderão ser [Geoffrey Hinton]”
  • Cientistas Comportamentais:
    “nenhum sistema digital será capaz de fazer o que a inteligência humana faz”

As fases de evolução das IAS são:

  • Inteligência Artificial Limitada – Ela permite a execução de tarefas específicas na manipulação de um grande volume de dados com grande rapidez e eficiência, com capacidade de aprender a aperfeiçoar o seu trabalho – Estamos nessa fase.
  • Inteligência Artificial Geral – Equivalente à dos Humanos
  • Superinteligência – Ultrapassa a dos Humanos com a vantagem de sua imensa capacidade de memória e processamento.

A IA Generativa, que já temos hoje, faz parte da Inteligência Artificial Limitada e nos permite obter ajuda para a produção de textos, imagens, vídeos e produtos partindo de trabalhos já realizados. Um exemplo é o Chat GPT

4) Quando atingiremos a total disseminação da IA?

A disseminação da IA ocorre a uma velocidade sem precedentes e nada indica que ela vá parar.

Na previsão de alguns especialistas a IA Geral será alcançada de cinco a dez anos.

5) Como as informações fornecidas a IA são filtradas para evitar que fake news ou informações criminosas alimentem a IA.

Infelizmente não há garantia de que isso seja feito, havendo uma grande discussão ética sobre o tema.

6) Os últimos estágios de desenvolvimento da IA mencionada na resposta à pergunta 3 prevê alcançar a inteligência humana e depois ultrapassá-la. Isso inclui o nonsense? Isto é, por exemplo, será que a IA poderá produzir uma piada inédita? Se conseguir criar isso, achará graça na piada? Enfim, terá capacidade de análise subjetiva?

O comentário sobre a resposta à pergunta 3 mostra o choque entre duas grandes correntes de pensamento, as dos Cientistas de Computação e os Comportamentais. O nonsense é um ótimo exemplo do conflito entre elas.

7) Estão sendo tomados os cuidados necessários na programação das IAs para que sigam as Três Leis da Robótica de Isaac Azimov para proteger os humanos?  Mesmo considerando que se trata de uma ficção científica, ela se aplica perfeitamente a programação de IAs.”

A saber: a) Um robô não pode ferir um ser humano ou, por omissão, permitir que um ser humano sofra algum mal; b) Um robô deve obedecer às ordens dos humanos, exceto nos casos em que essas ordens entrem em conflito com a Primeira Lei; c) Um robô deve proteger sua própria existência, desde que essa proteção não entre em conflito com a Primeira ou Segunda Lei.

Essa pergunta é uma extensão da pergunta de número 5, onde a defesa dos humanos na programação das IAs não está assegurada.

8) Quais são e quais serão os principais prejuízos como perdas massivas de empregos causados pelo rápido crescimento do uso de IA? E quais as vantagens?

As vantagens já são evidentes em vários campos onde o processamento de grandes quantidades de dados permite diagnósticos mais precisos como na Medicina, análises mais abrangentes como no Direito, como também uma maior velocidade e precisão quando a IA é utilizada em tarefas repetitivas.
A inovação sempre gerou morte e nascimento de atividades humanas, mas quantificar isso é considerado impossível por muitos especialistas.
Gosto da frase: você não vai perder seu emprego para uma IA, mas vai perder seu emprego para alguém que use IA melhor quer você.

9) Afinal, que atividades sobrarão para os humanos quando houver a total disseminação do uso da IA?

A corrente dominante diz que, cada vez mais, teremos que desenvolver competências específicas como soft skills e análise crítica.
Vale lembrar que, de início, a preocupação era centrada no “como usar IA”.

Isso está ficando cada vez mais fácil e a preocupação maior passou a ser “como analisar o resultado fornecido pela IA”.

Um estudo realizado pelo MIT, anexo a essa entrevista, revelou que 95% das empresas falharam ao acelerar sua receita com IA.

E que o uso pelos indivíduos da IA Generativa tem tido mais sucesso do que o seu uso no fluxo de trabalho das empresas.

Enfim, a IA não é uma solução mágica para resolver qualquer problema.

 

Convido os leitores a assistir um vídeo em que um fotógrafo profissional compara o seu trabalho com o de uma IA, o Discurso do Prêmio Nobel de Física e o resumo do Relatório do MIT.

https://www.instagram.com/reel/DNVjMwauumE/?igsh=MXJkbHJtMm1kNWhkNw==

https://share.google/AdrZhyOow0CRKiGxf

https://exame.com/inteligencia-artificial/95-das-empresas-falham-em-acelerar-receita-com-ia-revela-estudo-do-mit/amp/

 

Marcos Telles aplica os conceitos e as ferramentas da Complexidade e do Pensamento Sistêmico em suas longas carreiras paralelas de professor e executivo. Engenheiro de Produção pela POLI-USP, fez especialização em Administração e pós em Pedagogia.  Presente na vida comunitária, foi diretor/conselheiro de entidades como EAESP-FGV, FIA, FIESP/CIESP, Associação Comercial de São Paulo, ADVB e FBM.

 

Nily Geller é Engenheiro Eletrônico formado pela PUC RJ com larga experiência no setor de telecomunicações, atualmente VP da FBM – Fundação Brasileira de Marketing, Conselheiro da ADVB– Associação dos Dirigentes de Vendas e Marketing do Brasil e Sócio Diretor da Janar Engenharia.

 

 

 

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