O avanço das tecnologias, como o 5G, e o eventual aumento do tráfego das redes trazem novas demandas de desenvolvimento às empresas, a exemplo do avanço na adoção das redes e das aplicações para as nuvens.
Esse movimento é algo que acontece ao redor do mundo, e principalmente na América Latina. Com um terço das empresas latino-americanas mantendo o investimento para 2023, segundo levantamento da IDC, as companhias buscam investir mais em tecnologia para alcançar objetivos de negócios.
Segundo Luciano Saboia, diretor de telecomunicações na IDC para a América Latina, “Vemos um movimento de crescimento seis vezes superior em TI e enterprise comparado ao do PIB na América Latina.”
A migração para a nuvem é um movimento até mesmo natural para empresas de telecomunicações que precisam estar igualmente preparadas para suportar altos volumes de tráfego e prontas para incorporar inovações tecnológicas, como 5G, IoT e a automação em suas operações.
Para ilustrar como esse ecossistema pode ser desenvolvido reunimos a opinião de especialistas de grandes empresas do mercado como IDC, NEC, Accedian, Equinix, Tigo e muito mais.
Estratégia, automação e profissionalização
Embora o caminho para a nuvem, utilizando o conceito de cloudfication, pareça natural para as operadoras, há diversos desafios e erros comuns na migração das redes e nas aplicações que podem impactar o negócio e o cliente, como a falta de planejamento, a interdependência entre aplicações que não são documentadas, a falta de testes, a falha de virtualização e a questão de segurança que é perdida.
Durante o segundo dia do Telco Latam Forum, evento organizado pela plataforma Telesemana e apoiado pela NEC, Fernando Lehnen, diretor de engenharia de soluções para América Latina e Caribe da Accedian, explicou que essas dificuldades mostram que “nem tudo deve ser migrado para a nuvem pública”. Ou seja, as operadoras precisam definir em seus objetivos de negócios o que realmente deve ir para nuvem pública, privada ou ficar entre as duas, em um esquema híbrido.
A crescente adoção de nuvens híbridas é uma resposta às complexidades da migração total para a nuvem pública. Empresas estão optando por uma abordagem mais flexível, migrando apenas aplicações específicas para o ambiente público, enquanto mantêm outras em infraestruturas locais. A busca por um modelo unificado de dados e data lakes também é tendência, garantindo a consistência dos dados em ambientes de nuvem diferentes.
“Há, ainda, o tema da automatização. Cada vez mais teremos funções (tradicionais e recorrentes) mais automatizadas. É uma abordagem modular, pouco a pouco. Talvez começando em redes e depois expandir para as aplicações”, comparou Lehnen.
No entanto, migrar 100% para a nuvem pública pode ser um desafio considerável, envolvendo altos investimentos, desafios técnicos e questões de segurança operacional. Yuichi Kusumoto, da NEC Latin America, aponta que a abordagem híbrida permite caminhos personalizados de migração, evitando riscos e adaptando-se às necessidades de cada cliente.
“Não há como fazer isso. Seja pelos investimentos, desafios técnicos ou fornecimento do serviço. É uma questão de como o cliente define o caminho de migração. Ele precisa estar confiante, com nível de segurança e operacional da nuvem”, previu o profissional.
Assim, as nuvens híbridas oferecem às empresas uma flexibilidade valiosa, combinando o melhor dos mundos locais e públicos, impulsionando a agilidade, escalabilidade e segurança em suas operações em um cenário cada vez mais digital.
Uma parte importante para levar a rede de telecomunicações para a nuvem é a automatização de processos. David Noguer Bau, Marketing Director da Juniper Networks, explica que a automatização traz uma agilidade do mundo telco. Um exemplo é o network slicing, que consiste em provisionar um rádio, CDN de serviços, cloud:
Fonte: NEC