Empresas inovadoras podem ter crescimento de 84% nos próximos cinco anos, diz estudo
Um ambiente propício para inovação também ajuda na guerra por talentos e estimula a tomada de decisões corretas
Empresas com melhor desempenho em inovação tiveram um crescimento médio de receita anual de 13%, enquanto as que ainda estão engatinhando para colocá-la em prática cresceram somente 5%. Esse foi um dos resultados da pesquisa realizada pela Bain & Company, empresa global de consultoria de negócios, com 450 executivos de todo o mundo, inclusive América Latina, que trabalham em empresas com receita superior a US$ 100 milhões. Compondo os resultados para os próximos cinco anos, as empresas com as melhores performances em inovação devem crescer 84%, enquanto as outras, somente 28%.
A pesquisa revelou que cerca de 70% dos entrevistados fazem da inovação uma das três prioridades de seus negócios. No entanto, menos de um quarto do total acredita que as empresas para as quais trabalham sejam efetivamente inovadoras e somente 20% consideram suas companhias fortes o suficiente para quebrar paradigmas da inovação.
As empresas que estão no topo da lista de inovação são as melhores em tomar e executar decisões, considerando-se aspectos como qualidade, velocidade e rendimento das decisões a partir do esforço aplicado em cada uma delas. Elas estão, também, ganhando a guerra por talentos: a Bain mediu por meio do employee Net Promoter® Score (eNPS) – um indicador globalmente utilizado que avalia a lealdade e entusiasmo dos colaboradores – que as empresas mais inovadoras têm um eNPS 23, enquanto o restante ficou com nota -56.
“De uma maneira prática, o sucesso da inovação vem do foco de uma organização em atingir metas, aderindo-o a práticas sólidas de gestão e tomadas de decisões rápidas e efetivas. Inovação é um fator complexo que deve ser levado a cabo assim como os outros processos de uma empresa: com liderança, gerenciamento, alinhamento e replicabilidade. Não é, no entanto, um processo linear e lógico. As empresas precisam cultivar tanto a racionalidade como a criatividade para que os sistemas de inovação possam superar a concorrência na criação de novos produtos e serviços”, comenta Alfredo Pinto, sócio da Bain & Company no Brasil.
A confiança dos executivos em seus negócios também pôde ser medida pelo estudo. Quase todos os entrevistados de empresas “top performance” afirmaram que conseguem chegar ou ultrapassam as metas de inovação; possuem um modelo vencedor e replicável para inovação que pode ser implantado em diferentes regiões do mundo e categorias de produtos; atualmente têm projetos que irão chegar ou ultrapassar as metas financeiras de inovação; e estão preparados, por conta da inovação aplicada, para quebras ou quedas no mercado em que atuam.
Os fatores de sucesso
Muitos executivos ainda tratam a inovação como uma caixa-preta, ou algo que poucos profissionais conseguem executar. Mas a pesquisa da Bain & Company não perguntou somente sobre a performance geral das empresas, mas também questionou as capacidades essenciais para um modelo de inovação de sucesso. As empresas com melhores resultados contam com uma abordagem sistemática, e não procuram somente encontrar pessoas que possam ser inovadoras.
Os cinco fatores para o sucesso são:
– Estratégia – definir objetivos convincentes e prioridades de investimento: metas claras e específicas com um modelo que cubra tanto as inovações do dia-a-dia como aquelas que possam quebrar paradigmas. Alinhamento estratégico nos objetivos, prioridade nos investimentos e gerenciamento de riscos.
– Organização – construir uma organização inovadora e uma cultura colaborativa: empresa que fomenta a inovação com parcerias entre pessoas criativas e executivos de negócios, tanto dentro como fora da organização. Estrutura, funções e processos de decisão que estimulam a inovação. Favorecer uma cultura organizacional que valoriza, dá apoio e recompensa a inovação.
– Geração e desenvolvimento de ideias – criar novas ofertas lucrativas: desenvolvimento regular de novas ideias em todos os aspectos da experiência do consumidor. Visualização total da ideia e seu desenvolvimento com identificação, priorização e criação de projeto. Realizar protótipos e testar a inovação.
– Gerenciamento de portfólio – melhorar tamanho, formato e velocidade do portfólio de inovação: gerenciamento e monitoramento efetivo do portfólio do projeto, incluindo o estabelecimento de barreiras e desafios, avaliação da velocidade de execução e finalização dos projetos no tempo correto. Gerenciamento efetivo dos projetos individuais, aprendendo com os erros do passado.
– Escala – reforçar testes, aprendizados e escalas: alocação de recursos para lançamentos no tamanho exato da oportunidade proposta. Realizar feedbacks, incluindo correção de caminhos traçados, quando necessário, e ampliar esforços pós-lançamento para dar apoio aos projetos.